segunda-feira, 10 de junho de 2013

O carnaval do poder


O símbolo do carnaval de Olinda tem ganhado espaço no futebol imperatrizense. Um boneco gigantesco “fantasiado” de deputado desfila diante do público no Frei Epifânio durante as partidas do Imperatriz.
Basta o Cavalo fazer uma boa campanha e ele aparece nos jogos.  Tira fotografias com torcedores, passa a mão na cabeça das crianças – elas nem sabem quem é, ou o que é, mas olham com tanto encanto...faz parte da inocência infantil.
Os jogadores do Imperatriz estão com dois meses de salários atrasados. O repórter Paulo Negrão publicou em seu blog que o time tem 15 ações trabalhistas acumuladas ao longo dos anos. Os jogadores estão com quase dois meses de salários atrasados.
Uma série de acontecimentos tem deixado o time em situação complicada: o diretor financeiro renunciou o cargo e a Federação Maranhense de Futebol levou R$ 40.000,00 da renda do primeiro jogo da final do Campeonato que aconteceu no Frei Epfânio. Restou ao Cavalo somente R$ 23.000,00, menos os as taxas administrativas.
Por telefone, o presidente do Imperatriz, Edvaldo Cardoso, informou que a equipe praticamente não conta com apoio político e a dívida, só da sua gestão é de 160 mil reais. Ele não precisou como, mas disse que o deputado estadual “Leo Cunha está sempre ajudando”.
Em plena final do Estadual, a TV Difusora organizou um programa para arrecadar dinheiro para ajudar nas dívidas do nosso Cavalo. “Vamos ajudar nosso time a pagar pelo menos o salário dos jogadores para eles viajarem para São Luís, pelo menos mais motivados”, apelou o vereador e repórter  policial, Raimundo Roma.
A iniciativa da TV em ceder o horário para arrecadar fundos para o time imperatrizense é uma iniciativa bastante plausível, solidária...mas será que precisaríamos chegar a esse ponto? Essa extrema dependência da iniciativa privada e dos torcedores é boa para o time?
O papel dos representantes políticos é fazer com que as políticas públicas cheguem até a população. Elaborar, fazer ser executada, fiscalizar as Leis de Incentivo para que a população saia do velho coronelismo, de práticas que não tornem o povo refém do poder.
Não precisamos de representantes de faz de conta. Não precisamos de ‘sacolinhas’ no esporte e nem da política medíocre de carnaval. O povo, especificamente a torcida cavalina, não é fantoche. Já aprendemos a identificar as ações mesquinhas da politicagem.

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