sábado, 27 de abril de 2013

Posso sem armas revoltar-me?



Não se enganem. Como diria Drummond o tempo ainda é de “fezes, maus poemas e espera”. Alguns dias já se  passaram desde o fim da Ditadura Militar. Mas, fiquem atentos! Restam sequelas. Coronéis do século XXI ainda exercem seus ‘podres poderes’ de censura. Poderes diferentes, porém terrivelmente mais danosos.

Antes, as regras doregime ditatorial eram visíveis. Agora, as limitações impostas nem sempre seenxergam. Não é mais a contracultura que se utiliza doscódigos para serem entendidos. Essa é a ferramenta dos donos do poder.
Chega de faz de conta.Liberdade de imprensa no Brasil – e em Imperatriz não é diferente - é um mito. Étão verdadeira quanto o Saci. Os veículos de comunicação de massa estão sempreatrelados a personagens políticos partidários ou a grandes empresas. É difícilfugir da lógica de mercado numa época em que tudo é mercadoria.

Mas como podereiescrever só sobre o belo? Decidi escrever sobre a realidade. Ela me ultrapassae isso me encanta.  Mas como farei isso?Ela é muito revoltante e “posso sem armas revoltar-me?”, Drummond se perguntava e eu, ousadamente, me aproprio de suaspalavras.

Em um vale-tudo, ondenão se respeita o debate democrático, não há espaço para a liberdade deexpressão. A história só pode ser contada se os personagens estiveremfantasiados de coelhinhos. Não se enganem! Os coelhinhos, na realidade, sãoratos, baratas! Mas eles não saem do esgoto sem suas máscaras.

Mas calma - algunspodem pensar - no Brasil, a Constituição Federal de 1988, por meio do Artigo220, diz que a “manifestação do pensamento, a criação, a expressão e ainformação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquerrestrição”. Balela! Aqui, prevalece o ditado pelo poder econômico.

Olha só o Décio de Sá ou Tim Lopes, quem ainda fala deles? Lamento Carlos, mas na realidade asfáltica não há espaço para flores, ainda que feias. Os ônibus, bondes, rios de aço as esmagam.

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